Poema Muhlenberg, intérprete na Cia Nós No Bambu, TEIA (paralaxes do imaginário). 2013
Foto Daniel Lavenère
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O IPAM atua na produção executiva e como representante da brasiliense Cia Nós No Bambu, que trabalha há mais de dez anos sua linguagem original de dança acrobática em esculturas artesanais de bambu. Seu repertório de movimentos é o resultado de pesquisa artística surgida a partir do sistema Integral Bambu, prática nascida em Brasília.
A proposta de Nós No Bambu é dialogar com diversas linguagens
artísticas: cênicas (circo, dança e teatro), plásticas (projeções multimídia,
esculturas e cenografia) e musicais (trilhas sonoras). Pela pesquisa de
possibilidades acrobáticas de alto risco em aparelhos não tradicionais, e pela
fusão desta pesquisa com os elementos citados, a Cia Nós No Bambu contextualiza-se
no movimento do circo contemporâneo.
TEIA (paralaxes do imaginário). Intérpretes criadoras da Cia Nós No Bambu em sequência nos mastros e solo. 2013
Foto Humberto Araújo
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A narrativa do espetáculo propõe uma viagem, onde as intérpretes criadoras da Cia Nós No Bambu expressam-se através da teia da vida. Essa teia é construída com as paralaxes do imaginário, que representam os movimentos alternados do pensamento. São elas que promovem mudanças de significado, criam metáforas visuais e geram realidades alternativas onde o antes e o depois são intercambiáveis. Em uma dimensão onde lembranças se unem aos sonhos, mostrando que as viagens - concretas ou abstratas - não seguem uma trajetória predeterminada, mas são fatalmente condicionadas ao que se encontra na vida, seja no presente, no passado ou na imaginação.
O encanto nesta viagem pela teia é justamente deixar-se levar pelos universos oníricos alcançados através das esculturas de bambu. E perder-se nesses percursos imaginários das infinitas possibilidades de paralaxes.
A teia que a Cia Nós No Bambu tece em seu novo espetáculo é mais um passo na desafiadora construção de uma linguagem poética, estética, rítmica e corporal própria, inspirada diretamente pela relação com o bambu como suporte para a arte.
DESDOBRÁVEIS
Intérpretes da Cia Nós No Bambu em performance acrobática no Setor Comercial Sul, Brasília. 2013 Foto Gustavo Serrate |
Desdobráveis é o primeiro filme de curta-metragem da Cia Nós
No Bambu, com produção e estréia no ano de 2013. O filme aborda a relação das
personagens no seu cotidiano e a forma como cada uma lidava com diferentes
tarefas, para conseguir tempo para dedicar-se a criação artística.
Já foi exibido nos festivais: Festival Internacional
VideoDanzaBA, Buenos Aires - da Argentina; Mecal Chile - Festival
Latinoamericano e internacional de Cortometrajes, realizado na cidade de
Santiago; Festival Curta Brasília (DF); Cine MuBE Vitrine Independente, São
Paulo (SP), prêmio na categoria de Melhor Roteiro. Selecionado para The
Filadelfia Latin American Film (EUA).
DESDOBRÁVEIS - performance e cinema em transmídia
Cia Nós No Bambu em apresentação acrobática, com projeção simultânea do curta-metragem Desdobráveis Palco principal da Esplanada dos Ministérios - Rádio Cultura 25 anos. 2013 Foto Gustavo Serrate |
No palco principal da Festa de Aniversário de Brasília a Cia Nós No Bambu ofereceu um presente inovador para a cidade: quatro de suas intérpretes criadoras em performance simultânea a projeção de estreia do curta-metragem DESDOBRÁVEIS, livre adaptação do espetáculo Desdobrar, com direção de Marcelo Díaz. O filme foi exibido nos telões do evento, onde circo, acrobacia, dança e cinema estarão juntos em um só momento, compondo parte da ação inédita de transmídia.
DESDOBRAR - Teatro Plínio Marcos, Complexo Cultural Funarte. 2012Foto Daniel Lavenère |
Acrobacia e dança, sensação e manipulação. Subir e descer, girar e cair, cair e levantar. Levantar e tornar a subir, em um eterno ciclo, sem cessar. Perder para ganhar, morrer para renascer. Seria a relação da mulher com a vida? Seria o papel da mulher em seu tempo? É preciso se Desdobrar em muitas para ser inteira. Se Desdobrar para ocupar espaço...
Tripé
Três intérpretes e para cada uma delas três tripés compostos por três varas de bambu. A interação com estas esculturas artesanais cria a sensação de multiplicação, dando origem a infinitas formas. A simplicidade do aparelho proporciona as artistas atuarem de forma a valorizar as performances da dança acrobática. Em TriPé, o simples e o inusitado se encontram.
Ultrapassa!, Sala Martins Pena - Teatro Nacional Claudio Santoro. 2012 Foto Daniel Lavenère |
Uirapuru Bambu - espetáculo performático - Arena dos Povos Indígenas. 2008 Foto Alexandre Magno |
O cenário envolvente do espetáculo é dominado por uma cúpula geodésica de bambu de 11 m de altura. Nela, um xamã bebe a ayahuasca, chá sagrado usado milenarmente pelos indígenas sul-americanos. Então, tem início um rito performático do qual todos participam. No centro, a Cia. Nós No Bambu, única em seu ofício.